Ha quase um ano escrevi sobre a minha rehab capilar, lembra?
Pois é, agora finalmente posso dizer (e mostrar) que libertei os meus cabelos!
Desde que eu me entendo por gente, eu sempre odiei o meu cabelo, porque ele não era nem cacheado nem liso. Era um ninho, sem forma, grosso, cheio e sempre embarassado. Quando eu era pequeninha minha prima que o penteava, e fazia os cachinhos com creme para eu ir a escola. Mas conforme fui crescendo eu não conseguia cuidar do bebelo, e muito menos domá-lo, aí virava aquela farofa.
5 anos de idade e muito estilo. Ahahaha!
Quando eu já era mais grandinha e comecei a me virar sozinha com as madeixas, elas estavam sempre ou presas ou com um quilo de creme, que eu jurava, ajudava a diminuir o volume.
Me lembro de uma foto em que estava com o cabelo solto, depois de um dia de brincadeira. Imagina, o cabelo tava no melhor estilo blackpower. E meu irmão FDP levou a maldita pra escola, e mostoru pra todos os meus colegas. Resultado: por um bom tempo fui a protagonista das piadinhas de “nega do cabelo duro”… e a minha vergonha nunca foi tão grande.
Escova, chapinha, relaxamento, nada dava jeito na juba, então aos 15 anos eu conheci o alisamento químico (escova definitiva, etc). E foi um sonho ver meu cabelo solto, jogá-lo pra lá e pra cá… me sentia num comercial de shampoo. A Diva!!
Por quase dez anos foi tudo lindo e maravilhoso. Mas sabe quando você não se sente mais você?? Pois é, eu comecei a não me sentir eu mesma, com aquele cabelão, com os retoques, com o cheiro horrível do produto, e as horas intermináveis sentada pra alisar. Enfim, queria me encontrar. E aceitar do jeito que eu nasci, com os cabelos que eu nasci. Minha família nunca apoiou a minha idea de voltar ao natural. Porque diziam que ia ficar feio, que ia ser difícil de cuidar, q eu não ia ter paciência, bla bla bla… E eu aceitei.
Quando me mudei (de casa, cidade e país) o bicho pegou, porque eu sabia que aqui não ia encontrar ninguém que soubesse alisar meus cabelos. Poderia até encontrar, mas iriam me cobrar uma fortuna e teria o risco de acabar com meu cabelo pela mudança de produtos e técnica usada. E como eu já não tava mais afim de alisar, foi “juntar a fome com a vontade de comer”, como diz minha mãezinha. Ahahah!!
Desde que me mudei já comecei a me informar sobre como cuidar dos cabelos cacheados, ver fotos de como ficaria durante o processo de transição (entre a química e o natural), e tudo mais. Quando a raiz já estava muito evidente, depois de 7 meses mais ou menos, e eu não conseguia mais disfarçar a diferença de textura do fio, me emputeci resolví cortar o mal pela raiz. Ou melhor, deixar só a raiz! =)
Novembro 2012 - Tcharaaaam!
Eu nem me lembrava mais como era o meu cabelo natural, e por mais que num primeiro momento a mudança tenha sido muuuito grande, eu me senti tão bem, me senti livre, me senti eu mesma.
A partir daí, meus cachos começaram a ressurgir, eu me sentia mais linda e poderosa a cada dia, e não me arrependi nenhuma única vez de ter abandonado o alisamento. Me reencontrei comigo mesma.
Depois de quase 9 meses do meu big chop meus cabelos continuam crescendo, enrolando e eu amando do jeitinho que ele é, com todo o volume, embarasso, nózinhos e frizz.
Eu aprendi a cuidar do meu cabelo, a domar e a respeitar ele.Hoje minhas madeixas não vivem presas num elástico, pelo contrário, eu vivo balançando a cabeça pra cá e pra lá. E deixa eu te contar oh, recebo altos xavecos por causa dos cachos, viu! (Que o marido não leia) Ahaha!
Junho 2013 – In love with my curls
Se eu já tô me sentindo agora, imagina quando crescer até onde eu quero… =*